quarta-feira, 10 de junho de 2015

Querem acabar com a nossa várzea

Uma grande polêmica surgiu nos campos de várzea da zona norte, mais precisamente no “Complexo Esportivo do Campo de Marte”.

Diretoria do Cruz da Esperança e o Dr. Otacílio Ribeiro
No dia 22 de Abril, os diretores dos campos da Sade, Cruz da Esperança, Pitangueira, Baruel e Paulista, foram surpreendidos com uma intimação judicial para deixarem o espaço. Um duro golpe, o pedido foi feito pelos Advogados da União, a ideia é a construção de um Museu da Aviação no local.  Os campos surgiram na década de 1960, com o time da Sade e posteriormente chegaram os outros clubes.

O fim deste espaço significa praticamente o fim dos campos de várzea na zona norte e de 50% da cidade de São Paulo.  São seis campos no complexo, além dos já citados, tem também o Aliança, entretanto esse não faz parte da associação que ajuda a manter o espaço, mas também será prejudicado. A luta pela manutenção do espaço vem agitando o mundo da várzea e foi criada uma petição eletrônica (link no final da matéria), onde as pessoas vêm assinando e ajudando na luta para que esses campos não sejam extintos, inclusive pessoas de fora da capital estão aderindo a nossa campanha.

Os campos que são mantidos desde a década de 60, recebem nos finais de semana e feriados de 7 a 10 mil pessoas, entre jogadores, torcedores e pessoas que marcam presença nos campos para assistir a belas partidas de futebol, que vai de jogos das escolinhas até os veteranos sub50.

  Alem do futebol, os clubes ajudam as crianças mais carentes, as escolinhas de futebol além de afastar a molecada das ruas, incentivam e criam regras para que não deixem os estudos de lado, nota baixa na escola, por exemplo, não participa de treinos e jogos, ajudam no processo de inclusão social, chegando a arrumar empregos para jovens e doação de cestas básicas.

 Antonio Carlos de Brito, presidente do Cruz da Esperança, frequenta o espaço há mais de 40 anos, Wilson Camilos presidente do Paulista, é outro veterano que frequenta o local há mais de 30 anos, Marlon (Pinga) do Baruel chegou ao clube em 1.974, quando tinha 13 anos de idade, esses são apenas alguns dos diversos frequentadores do local, cada um com uma historia mais bacana do que o outro.

O fim destes campos significa o fim do convívio de milhares de pessoas em um lugar que revelou diversos craques para o futebol mundial como: Basílio (Pé de anjo), Serginho Chulapa que até hoje frequentam os campos, Ewerton (ex-Corinthians) e Ivair o “Príncipe” (ex-Portuguesa), esportistas como Ademar Ferreira da Silva (salto triplo), Eder Jofre (Boxe) também chegaram a frequentar o espaço. “Se isso acontecer significará a morte de um grande espaço da história da várzea paulistana”, diz Otacílio Ribeiro, membro da Sociedade dos Clubes Mantenedores.

Você ama várzea? Não quer que ela acabe? Então nos ajude assine a petição abaixo e vamos lutar até no final para que não acabem com nossa área de lazer, cada vez mais escassa nos bairros não só da zona norte, mas de todo o estado de São Paulo. #VárzeaNoCampoDeMarte.





 Diego Viñas do Várzeapédia fez contato com a Advocacia Geral da União que confirmou, em nota, que pleiteia a “desocupação do imóvel cedido, no interesse da Aeronáutica”.

  


Cléber  Cunha